SIGNIFICADO DA PALAVRA FORRÓ



Este texto tem como objetivo analisar o termo "Forró" a partir de diferentes aspectos, como sua origem, etimologia e os significados atribuídos pelos detentores dessa manifestação cultural. Ressalta-se que essa não é uma tarefa simples, já que o termo é envolto em inúmeras controvérsias e permeado por diversas narrativas que buscam explicar sua existência. Na primeira etapa, iremos examinar algumas explicações fantasiosas sobre a origem da palavra. A primeira — é que a sua origem vem através de uma frase da língua inglesa; usada quando a empresa Great Western of Brazil Railway Company oferecia festas aos seus operários, a festa chamava-se “for all(1)”, traduzindo para o português seria “para todos(2)”. Essa empresa passou por grande parte do Nordeste, trazendo aquele que traria o progresso, o trem.

Ela recebeu a concessão da Ferrovia da Estrada de Ferro Central de Pernambuco, inaugurada em 1857 e conhecida inicialmente como Ferrovia São Francisco, sendo a primeira ferrovia desse tipo no Brasil. Em 1873, foi autorizada a operar oficialmente no Império do Brasil. Além de Pernambuco, a ferrovia estendeu seus serviços para outros estados, como o Rio Grande do Norte, em 1878, e a Paraíba, em 1904, entre outros(3). A segunda explicação lúdica sobre a origem da palavra, usa a mesma hipótese que a palavra forró derivaria de “for all”. De acordo com o senso comum, essa expressão teria sido utilizada em bailes organizados por militares americanos na cidade de Natal, Rio Grande do Norte, durante a Segunda Guerra Mundial, para indicar que esses eventos eram abertos a toda a população local. No entanto, até o momento, não há documentação que comprove ou dê credibilidade a essa hipótese.

Por outro lado, uma tese defendida por diversos pesquisadores oferece outra perspectiva sobre a origem da palavra forró. Entre esses estudiosos destacam-se o visconde Baurepaire Roha, do Rio de Janeiro, e o filólogo pernambucano Evanildo Bechara, que analisaram aspectos linguísticos e culturais para propor explicações mais fundamentadas sobre o termo. Segundo essa teoria, a palavra forró seria uma redução do termo forrobodó(4), estabelecendo uma ligação semântica entre ambos. O escritor paranaense Vicente Chermont de Miranda reforça essa tese ao argumentar que o termo forró surgiu ao longo de um processo histórico de corruptelas, como forbodó, forbodi, forbo e, por fim, forrobodó, resultando na forma reduzida que conhecemos atualmente(5). A maioria dos estudiosos do vocabulário português concorda que a palavra forró é uma mera corruptela de forrobodó.

Na terminologia técnica dos linguistas, o vocábulo sofreu uma apócope, ou seja, a supressão de um fonema ou sílaba final, um processo comum na evolução da língua. Um exemplo similar é o latim mare, que originou o português mar. Por meio de nossa pesquisa, chegamos à convicção de que o termo forrobodó começou a ser registrado nos dicionários portugueses a partir do final do século XIX, com o significado de "festa", consolidando-se como parte da língua. De acordo com o folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, um dos registros mais antigos do vocábulo forrobodó data de 1833(6), publicado no jornal carioca O Mefistófeles, em seu número 15, que menciona: “O ator Guilherme na noite do seu forrobodó”. Registro que data de 24 anos anterior a chegada da empresa Great Western of Brazil Railway Company no Império do Brasil.

No entanto, a nota é extremamente concisa, o que impossibilita uma compreensão clara do significado do termo no contexto referido. Para a pesquisadora e socióloga baiana Edinha Dinis, essa menção carioca parece aludir a uma forma de teatro popular da época. Em 1882, a revista "América Ilustrada" também referiu-se ao termo em uma nota que dizia: “Um arremedo de folhetim, cheirando a forrobodó”. Em 1889, Baurepaire Roha publicou o Dicionário de Vocábulos Brasileiros, no qual, pela primeira vez, o termo forrobodó foi registrado oficialmente, acompanhado de sua definição dentro da língua portuguesa, conforme a perspectiva do autor. Em 1899, o dicionarista português Antônio Cândido de Figueiredo registrou o termo forrobodó de forma preconceituosa, definindo-o como "baile reles" em seu Dicionário da Língua Portuguesa.

Alguns dicionários da língua portuguesa publicados no início do século XX registram o termo forrobodó como sinônimo de baile popular. Um exemplo é A Gíria Portuguesa, de Antônio Alberto Lessa, publicado em 1901. Para o autor lusitano, o termo é considerado uma expressão brasileira que define um "baile ordinário e sem etiqueta", em contraste com os saraus das elites da época. Essa perspectiva reflete, mais uma vez, uma visão preconceituosa, que desvaloriza as festas da cultura popular ao compará-las às promovidas pela nobreza e aristocracia. Em 1905, o escritor paranaense Vicente Chermont de Miranda realizou uma pesquisa sobre a forma de falar e os termos usados na Amazônia. Ele identificou que os seringueiros de origem cearense abreviavam o termo forrobodó, que significava "baile da ralé", simplificando-o para forró.

Segundo o enciclopedista carioca Antônio Houaiss, o termo forró surge na segunda edição do Novo Dicionário da Língua Portuguesa, de Antônio Cândido de Figueiredo, como uma gíria, considerada uma corruptela da palavra forrobodó. Em 1917, em uma publicação de um periódico pernambucano, o folclorista recifense Pereira da Costa documenta forrobodó como "baile popular(7) ". Em 1918, o folclorista paraibano Rodrigues de Carvalho também registra o termo forrobodó em A Gíria do Norte, atribuindo-lhe o mesmo significado. Em 1912, estreou uma peça teatral intitulada de “forrobodó”, escrita por Carlos Bettencourt e Luís Peixoto, que foi musicada por Chiquinha Gonzaga.

Em 1930, no dicionário do sergipano Laudelino Freire, o autor documenta tanto forró quanto forrobodó. No entendimento do perito, forró é definido como "baile de gente ordinária". Já forrobodó é registrado com três acepções: baile reles, pagodeira e confusão ou desordem. Em 1937, encontra-se um dos primeiros registros fonográficos da palavra forró, usada como título de uma música composta por Manuel Queirós e Xerém, interpretada por Xerém e Tapuya e sua tribo. No rótulo do disco de 78 rotações, a composição é identificada como pertencente ao subgênero musical(8)  “choro sertanejo”. Nesse caso, o termo forró faz referência a uma festa popular camponesa, e não a um gênero musical propriamente dito. Já como título de uma canção, a palavra forró aparece em 1949, com o lançamento de Forró de Mané Vito, composta por Luiz Gonzaga e Zé Dantas.

A consolidação do termo como uma referência a um gênero musical urbanizado ocorreu somente em 1958, também através de Luiz Gonzaga, com o lançamento da canção Forró no Escuro. Esse marco fonográfico destaca a transição do forró de uma prática festiva rural para um estilo musical. No entanto, sua afirmação definitiva como gênero ocorreu apenas na década de 1960, pois, no final dos anos 1950, o forró ainda não possuía uma definição musical clara, carecendo de elementos constitutivos bem delimitados. Durante esse período de transição, o forró foi influenciado por diversos outros gêneros da música brasileira, o que contribuiu para o seu enriquecimento e evolução como expressão cultural.

Concluindo esta primeira etapa de nossa análise, é possível destacar algumas observações importantes. Em primeiro lugar, foram apresentadas explicações de caráter romântico sobre a origem do termo forró, além de uma tese fundamentada em documentos históricos. A análise de jornais da época nos levou à hipótese de que a expressão forrobodó não era amplamente utilizada pelos camponeses do Nordeste. Pelo contrário, tratava-se de um termo empregado principalmente por intelectuais nos subúrbios de algumas cidades portuárias. Isso indica que forrobodó foi originalmente utilizado pela elite intelectual portuguesa e, posteriormente, pela brasileira, com uma conotação pejorativa para designar festas populares. Essa constatação desafia a ideia amplamente aceita de que os bailes populares nordestinos já eram conhecidos como forrobodó, forrobodança ou forrobodão no final do século XIX(9).

Além disso, observa-se que forrobodó não possui uma origem exclusivamente nordestina, uma vez que há registros de seu uso em outras regiões do Brasil. O termo forró, por sua vez, teria surgido como uma abreviação popular dessa expressão, inicialmente também difundida pelos intelectuais. Essa análise reforça a importância de uma abordagem crítica e fundamentada para compreender a evolução cultural e linguística do termo forró. Baseando-se no entendimento de que forró é uma forma abreviada de forrobodó, como defendem alguns estudiosos do vocabulário português, a exemplo do pedagogo português Francisco Júlio Caldas Aulete em seu dicionário publicado em 1958, surge uma nova questão: qual é a origem do termo forrobodó?

De acordo com o escritor e filólogo galego Fermín Bouza-Brey(10), a palavra forrobodó é uma variante do antigo vocábulo galego-português forbodó(11), que fazia referência a um baile camponês específico originado na província de Pontevedra na região noroeste da Península Ibérica. Ele descreve que "a gente dança ao som de bumbo, com pontos monorrítmicos e monótonos, nesse baile chamado forbodó(12)". O filólogo pernambucano Evanildo Bechara também justifica a existência de uma ligação semântica entre os termos forbodó e forrobodó(13), fortalecendo a hipótese de que o termo forrobodó tenha raízes históricas na cultura ibérica. Ainda na tentativa de explicar a etimologia da palavra, o filólogo francês Joseph M. Piel(14) sugere que forbodó seria uma corruptela do francês faux-bourdon(15): “Na minha opinião (...), tratar-se-ia simplesmente de uma variante popular do termo técnico-musical antiquado fabordão (em espanhol, fabordón), que remonta ao francês faux-bourdon(16)”.

Piel propõe uma possível conexão semântica entre forbodó e faux-bourdon, apoiando-se no depoimento de Bouza-Brey, que descreveu o “forbodó” galego como “monótono” em sua análise da festa. Ele observa que o termo fabordão era, em algumas ocasiões, usado de forma pejorativa, como sinônimo de “monotonia” ou “sensaboria”, o que reforçaria a associação entre os conceitos. Contudo, essa hipótese deve ser vista mais como uma ideia preliminar do que como uma teoria consolidada, pois, até o momento da redação deste texto, não foi localizada nenhuma fonte documental galega, espanhola ou portuguesa que sustente a argumentação de Joseph M. Piel. Outra possível explicação da origem e sua etimologia é defendida pelo folclorista potiguar Luís da Câmara Cascudo, argumentando que essa palavra forrobodó ou forrobodança é de origem do banto africano, isto é, uma língua Níger-Congo.

Evanildo Bechara descorda desta etimologia africana, justificando que nenhum dos estudiosos das influências africanas no português, como Renato Mendonça, Yeda Pessoa de Castro e Nei Lopes, nunca incluíram “forrobodó” (nem “forró” aliás) entre palavras a que se possa atribuir tal origem (diferentemente do que ocorre com outras palavras do mesmo campo semântico, como “samba”, “jongo” e “agogô”). O historiador britânico David Eltis defende que, a contribuição cultural africana para a formação da identidade brasileira é inegável, especialmente no Nordeste, onde a presença dos povos escravizados deixou marcas profundas na língua, música e outras expressões culturais.

Entre esses povos, destaca-se o bacongo, oriundo da região onde hoje se situam o noroeste de Angola e o leste da República Democrática do Congo. O idioma quicongo, falado por esse grupo, influenciou o português brasileiro, especialmente na oralidade do Nordeste. Essa influência é perceptível não apenas em palavras e expressões cotidianas, mas também em manifestações culturais, como os cantos populares e as letras das canções do Forró Pé de Serra. Esses traços evidenciam o rico processo de hibridismo cultural que ajudou a moldar as tradições do Brasil, consolidando um patrimônio cultural que reflete a diversidade de suas origens. Segundo o filósofo soteropolitano Tiganá Santana, estudioso das línguas kimbundu e kikongo (quicongo), o termo forró vem da palavra “fwofwo” que significa confusão; folia; dança com requebros.

Concluindo a segunda etapa de nossa análise, podemos evidenciar alguns fatos pertinentes. Primeiro, a origem do termo forrobodó permanece envolta em debate e conjecturas, refletindo a complexidade do processo de formação cultural e linguística que caracteriza o Brasil. As hipóteses apresentadas por estudiosos como Fermín Bouza-Brey, Evanildo Bechara, Joseph M. Piel e Luís da Câmara Cascudo ilustram as múltiplas influências que podem ter contribuído para a consolidação do termo no imaginário popular. De um lado, a explicação europeia aponta para a possível origem ibérica, com Bouza-Brey associando forrobodó ao vocábulo galego-português forbodó, relacionado a bailes camponeses monótonos na Galícia, enquanto Piel traça uma conexão com o francês faux-bourdon, reforçando a ideia de monotonia e ritmo repetitivo.

Do outro lado, a perspectiva africana apresentada por Câmara Cascudo e Tiganá Santana destaca a relevância das línguas bantas, como o quicongo, onde o termo fwofwo sugere associações semânticas ligadas à dança, à folia e à confusão. Embora não haja consenso definitivo, o debate acerca do termo evidencia o rico processo de hibridismo cultural que moldou as tradições nordestinas, em especial o Forró Pé de Serra, consolidado como expressão cultural singular. O cruzamento de elementos europeus, africanos e indígenas contribuiu para a formação de um patrimônio cultural que reflete a diversidade das origens brasileiras. Nesse contexto, a multiplicidade de interpretações reforça a importância de valorizar e estudar as raízes culturais do Brasil, buscando compreender como esses diferentes legados confluíram para criar manifestações culturais únicas e representativas.

É importante destacar que, embora o termo forrobodó não tenha origem exclusivamente nordestina, sua abreviação (forró) é uma expressão que se consolidou na região Nordeste, ainda que tenha variações em algumas áreas distintas. Segundo os detentores dessa manifestação cultural, a popularização do termo forró em todo o Nordeste ocorreu a partir da década de 1950, impulsionada pelo movimento artístico e cultural amplamente difundido por meio de títulos de músicas, canções e LPs, como Forró em Limoeiro (Edgar Ferreira), Forró brejeiro (Pedro Sertanejo), Forró em Caruaru (Zé Dantas), entre outros. Além disso, entrevistas concedidas por artistas cofundadores(17) do movimento evidenciam que forró passou a ser utilizado para designar um espaço onde se realizavam festas populares nordestinas.

Muitas vezes, esses espaços eram associados a figuras locais, como nos títulos das canções: Forró de Mané Vitor (Luiz Gonzaga e Zé Dantas) e Forró de Zé Tatu (Zé Ramos e Jorge de Castro). Ressalta-se que esse conceito também foi amplamente disseminado por meio de programas de rádio e televisão, contribuindo para consolidar o termo no imaginário cultural do Nordeste. Vale ressaltar, ainda, alguns depoimentos relevantes que contribuem para afirmar essa teoria citada anteriormente. Um desses depoimentos foi dado em 1964, pelo coronel José Rufino, em Jeremoabo, ao escritor Paulo Gil Soares.

"Antes eu tocava sanfona, era sanfoneiro.... E depois trabalhava de sapateiro.... Mas minha profissão era mais sanfoneiro.... A minha vida era tocar nas festas. Tinha ocasião que o Padre de Belém saía naquelas obriga, na caatinga, fazendo casamento. E eu era convidado às vezes para tocar assim seguida, cinco seis noites em festa pro pessoal dançar e coisa... Eu tocava em Pernambuco, às vezes ia tocar em Ceará, às vezes ia tocar aqui na Bahia, nessa margem de São Francisco aqui, visa à avisa com Belém de São Francisco, em festas. Muitos chamavam nessa região toda pra tocar(18)”.

O segundo depoimento foi dado pelo sanfoneiro, compositor e cantor pernambucano Zé Gonzaga (irmão de Luiz Gonzaga). Ele explica que no sertão de Pernambuco, aproximadamente na década de 1924, chamavam-se os bailes de samba: “Quando tinha um samba... lá no sertão se chamava samba... era uma festa...(19)”. Outro sanfoneiro pernambucano que afirma essa informação é o Mestre Camarão; ele informa que até 1955, a expressão forró não era divulgada no agreste de Pernambuco; os camponeses denominavam os bailes, como: Dança ou Samba.

“Na minha infância esse nome forró não era muito divulgado, se chamava os bailes nos sítios, nas fazendas... era dança, era samba... um falava eu vou numa dança na casa de fulano de tau.... Outro falava eu vou no samba na casa de Maria Chiquinha... forró veio depois que Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro divulgaram esse nome de forró...(20)”.

Concluindo a terceira etapa de nossa análise, compreendemos que a consolidação do termo forró no imaginário cultural nordestino é um exemplo claro do papel da música e da mídia na criação e propagação de identidades culturais. Embora a palavra forrobodó tenha origem mais ampla e remota, foi no Nordeste brasileiro que sua abreviação ganhou significado e força, especialmente a partir da década de 1950. O movimento artístico e cultural liderado por nomes como Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Zé Dantas, Pedro Sertanejo, Jackson do Pandeiro e outros artistas, aliado à difusão por meio de rádios, televisões e LPs, transformou forró em uma expressão que ultrapassa a designação de festas ou bailes, tornando-se símbolo da cultura nordestina.

Os depoimentos de figuras como o coronel José Rufino, Zé Gonzaga e Mestre Camarão reforçam que, antes da popularização do termo, os bailes eram conhecidos como dança ou samba em diferentes localidades. Isso ilustra o processo de evolução semântica e cultural que o forró atravessou, passando de uma designação local e específica para uma manifestação cultural que engloba música, dança e identidade regional. Essa transição também evidencia o impacto das narrativas artísticas e da indústria cultural na padronização de elementos culturais diversos. A força do termo forró não está apenas na palavra em si, mas no contexto histórico e social em que foi inserido, carregando consigo as histórias e tradições de uma região que soube ressignificar suas raízes e projetá-las em um patrimônio cultural que hoje é reconhecido e valorizado em todo o Brasil e além.

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1- CHARRUE, 2008. 
2- BARRETO/PEREIRA, 2002; p.75.  
3- STEFANI, 2007.   
4- ROHA, 1883.
5- No dicionário Houaiss, verificamos a abrangência do significado do forró: s.m. (1913) 1 DNc baile popular, em que se dança aos pares com música de origem nordestina; arrasta-pé 2 MÚS essa música, de gêneros variados (coco, baião, xote etc.) 3 B S.E. baile popular, em que se dança aos pares, com músicas de gêneros variados, esp. Sertanejas e ger. Ao som de sanfona. 4 p.ext. infrm. Festejo ruidoso; badalação, movimento ETIM red. de forrobodó SIN/VAR arrasta, arrastado, arrasta-pé, assustado, bachinche, bailarico, baile, baileco, bate-chinela, bate-coxa, bate-pé, biqueiro, bleforé, bochinche, bochincho, chinfrim, fobó, forrobodó, fuzo, gafieira, pagode, rala-bucho, samba, serra-osso, sorongo, sovacada, subacada, sumpes, surungo.
6- CASCUDO, 2001. p. 412 a 413.
7- PEREIRA DA COSTA, 2004. p. 349-350.
8- Na teoria musical tem o sentido de após ou depois; sendo assim, um subgênero é uma derivação que surge através de um gênero preexistente.
9- ENCICLOPÉDIA, 1998.  
10- O artigo O forrobodó: un rito y un vocablo gallego do Bajo-Miño (Luiz Bouza-Brey Trillo, 1966).
11- O galego é uma língua neolatina muito próxima do português, falada na Galiza, região noroeste da Espanha, fazendo fronteira com Portugal ao norte deste país.
12- BECHARA; 2009, p. 957. 
13- BECHARA; 2021. 
14- O artigo Forrobodó: um problema etno-etimológico (1974).
15- O faux-bourdon (literalmente, “falso bordão”) é uma técnica de contraponto vocal que remonta a polifonias usadas na música cristã do século XV. Na língua portuguesa, ainda no século XVIII tratados sobre contraponto se referiam ao uso da polifonia em “fabordão”, como referência a essa mesma técnica. Por designar uma técnica antiga e relativamente simples (já que no fabordão as vozes se movem sempre no mesmo ritmo e na mesma direção), a palavra foi às vezes usada em modo derrogativo, como sinônimo de canto “monótono”, “sensaboria”. A conexão semântica proposta por Piel está em que Bouza-Brey Trillo descreve o “forbodó” galego como sendo “monótono”: em sua descrição sobre a festa.
16- Trecho extraído do artigo do Dr. Joseph M. Piel, intitulado "Forrobodó: Um Problema Etno-etimológico" (1974).
17- Luiz Gonzaga, Pedro Sertanejo, Jackson do Pandeiro, dentre outros.
18- SOARES, 1984, p. 35.
19- Documentário de 1999, intitulado: Luiz Gonzaga – a luz dos sertões.  
20- Depoimento do Mestre Camarão em 2014 realizado por meio de áudio que faz parte do acervo do historiador Salatiel D’ Camarão.  

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REFERENCIAS

BIBLIOGRÁFICAS
BARRETO, José Ricardo Paes/PEREIRA, Margarida Maria de Souza (Org.). Festejos Juninos: uma tradição nordestina. – Recife: Nova Presença; 2002. 
BECHARA, Evanildo. Minidicionário da Língua Portuguesa. [S.l.]: Nova Fronteira; 2009.
BECHARA, Evanildo. Forró: uma história ainda mal contada. In: Fatos e dúvidas da linguagem - uma vida entre palavras. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2021. 
CASCUDO, Luís da Câmara. Dicionário do folclore brasileiro. Rio de Janeiro: Ediouro, 2001.
ELTS, David; RICHARDSON, David. Atlas of the Transatlantic Slave Trade. New haven & Londres: Yale University Preess, 2010.
ENCICLOPÉDIA da música brasileira: erudita, folclórica, popular. 2. ed. rev. e atual. São Paulo: Art Editora/Itaú Cultural, 1998.
PEREIRA DA COSTA, Francisco. Vocabulário pernambucano: subsídios para a história da poesia popular em Pernambuco. 3 ed. – CD anexo. Recife: Cepe, 2004.
STEFANI, Celia Regina Baider. O sistema ferroviário paulista: um estudo sobre a evolução do transporte de passageiros sobre trilhos. Universidade de São Paulo/ Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas/Departamento de Geografia; São Paulo, 2007. 
SOARES, Paulo Gil. Vida, paixão e mortes de Corisco, o Diabo Louro. Porto Alegre: L&PM Editores Ltda, 1984. 
ROHA, Baurepaire. América Ilustrada (número 25) / Mefístófeles, número 15, de 1883.

FILMES E PROGRAMAS

CHARRUE, Bernad Robert. Documentário: Paraíba meu amor. Dev.TV, 2008.

FONOGRÁFICAS

DANTAS, Zé.  Forró em Caruaru. Interpretada por Jackson do Pandeiro. Rio de Janeiro: Copacabana, 1955. L. A (Reg. N°5397), 1 disco (16 min.): 78 rpm, microssulcos, mono.
DANTAS, Zé; GONZAGA, Luiz. Forró de Mané Vito. São Paulo: RCA, 1949. L. B (Reg. N°800668b), 1 disco (16 min.): 78 rpm, microssulcos, mono. 
FERREIRA, Edgar. Forró em Limoeiro. Rio de Janeiro: Copacabana, 1953. L. A (Reg. N°5155), 1 disco (16 min.): 78 rpm, microssulcos, mono.
GONZAGA, Luiz. Forró no escuro. São Paulo: RCA Victor, 1958. L. A (Reg. N°801938a), 1 disco (16 min.): 78 rpm, microssulcos, mono.
QUEIROZ, Manuel; Xerém. Forró na Roça. São Paulo: RCA Victor, 1937. L. B (Reg. N° 34222b), 1 diso (45 min.): 33 1/3 rpm, microssulcos, mono. 12 pol.

 





 


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2 Comentários

  1. Você poderia falar da música forró, citando Forrobodó de Chiquinha Gonzaga (1912)?

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    1. Em 1912, estreou uma peça teatral intitulada de “forrobodó”, escrita por Carlos Bettencourt e Luís Peixoto, que foi musicada por Chiquinha Gonzaga, Isto é, a peça teatral teve um acompanhamento sonoro, criado por Chiquinha Gonzaga.

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