GÊNERO

GÊNERO MUSICAL

Desde o século XVIII existe até os dias de hoje, um debate permanente academicamente sobre a categorização musical; ou seja, persistem alguns musicólogos, como o sul-africano Peter van der Merwe que acreditam na interpretação teórica conceitual que estilo e gênero tem o mesmo significado. Entretanto, existe outra corrente de musicólogos, como o norte americano Douglass M. Green, afirmando que gênero e estilo são dois termos separados e com características secundárias, podem ser definidas como partes de música que compartilham “linguagem musical básica”. Foi através desta última tese que os gêneros musicais foram moldados para o mercado fonográfico por muito tempo. Esse conceito englobou uma rede complexa de relações, envolvendo os mais diversos agentes, tais como: intérpretes, compositores, gravadoras, distribuidoras, crítica jornalística dentre outros. Entre os diversos componentes que se agregam para a definição dos gêneros populares podem-se apontar:

Melodia – é uma sequência de notas de diferentes sons, organizadas numa determinada forma, de modo a fazer “sentido musical” para quem escuta, através de modos tonais e modais.

Harmonia – significa que quando três ou mais notas de diferentes sons, são ouvidas ao mesmo tempo, produzem o que chamamos de progressões de acordes.

Timbre – é a característica da sonoridade de um gênero musical.

Tessitura – é uma região onde a música é executada.  Algumas músicas apresentam uma sonoridade bem densa, que fluem com facilidade, e outras se mostram com os sons mais rarefeitos e esparsos, produzindo um efeito penetrante e agressivo.

Instrumentação – significa quais os tipos de instrumentos mais frequentemente usados.

Forma – significa a maneira de executar uma música; ou seja, refere-se à estrutura de uma peça musical. É importante não confundir forma musical com gênero musical.

Ritmo – são diferentes modos de agrupar frases lineares ou preposições; muitas vezes é através dele, a primeira manifestação de identificação de um gênero musical.

Texto – é um conjunto de palavras e frases encadeadas que permitem interpretação e transmite uma mensagem; por temas como: sacro, profano, romântico, idílico dentre outros.

Função – é uma intenção para a realização de algo derradeiro, seja no propósito de prelúdio na natureza animada, inanimada ou na consciência coletiva.

Estrutura – linear, segmentada, repetitiva entre outros.

Contextualização – geográfica, cronológica, etnográfica dentre outros.

Destaco, que ao fim da primeira década do século XX, o mercado musical viveu um momento de prosperidade devido à sua grande expansão através do aumento expressivo no número de músicas gravadas e na venda de discos. Os discos de 78 rpm (inspirados no cabeçalho das partituras) passaram a ter obrigatoriamente uma identificação no seu rótulo tornando-se um padrão mercadológico, que se caracterizava da seguinte forma: tinha por extenso o nome da música ou canção seguindo do nome do compositor e do letrista, além da identificação do gênero musical e por fim, uma numeração correspondente a gravação. Também continha a logomarca da gravadora ou selo com seu endereço e outras informações (não obrigatórias) consideradas necessárias por meio da interpretação de cada gravadora. Este momento de intensa movimentação cultural ocasionado por essa expansão de novas opções de entretenimento vão sendo incorporado ao cotidiano urbano das principais cidades brasileiras na época, como: Recife, Salvador e principalmente na capital federal o Rio de Janeiro. Logo, no Brasil na década de 1940 o consumo de discos para uso particular tornou-se um costume difundido por todo o país.

No final da década de 1970, iniciou-se um processo de triagem entre os gêneros musicais executados em cada segmento musical (Rock, Jazz, Forró, entre outros). Esse processo levou compositores, letristas, músicos, cantores, e outros profissionais a serem cautelosos na escolha de seus repertórios. O objetivo comum era atingir as metas estabelecidas pelas gravadoras: os artistas que vendessem abaixo da cota determinada seriam dispensados. Essa política de mercado contribuiu para um afunilamento das escolhas de gêneros musicais. Assim, na década de 1980, no segmento do Forró, os gêneros que sobreviveram a essa triagem foram: Baião, Xote, Forró, Xaxado, Toada e Marchinha (ou Arrasta-pé).

TEXTO ATUALIZADO - 21/05/2024. 

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Link para a história do Estilo

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

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DISSERTAÇÃO E TESES

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IMAGENS

Figura 1 – Imagem de Luiz Gonzaga e a Patrulha de Choque do rei do Baião na década de 1950. Imagem do livro O Rei e o Baião. In: FONTELES, Bené (Org.). Brasília: Fundação Athos Bulcão, 2010.

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